Os monitores escolares de Cachoeira do Sul estão chegando ao seu limite e, para terem uma representatividade diante do governo municipal, criaram o Associação dos Monitores de Cachoeira do Sul. O presidente é Rodrigo Sklar, que é monitor há 8 anos e conhece bem a realidade da sala de aula. A associação tem por finalidade lutar por um Plano de Carreira, pois sem este, os impede de conseguirem benefícios, mesmo que estudem e cada vez mais se profissionalizem para atenderem seus alunos. "Muitos monitores possuem pós-graduação em alguma área da educação. Outro exemplo é que nem todos recebem insalubridade, alguns que trabalham nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental, por exemplo, não tem direito ao benefício mesmo atendendo alunos PCDS que fazem uso de fraldas, sondas e outras situações insalubres", destaca Sklar.
O presidente afirma que a categoria defende sempre que alunos com deficiência devem estar em sala de aula. "No entanto, também temos que ver o o lado do profissional que atua com este aluno. Muitos estão pedindo exoneração devido à grande carga de trabalho e grande responsabilidade. Do último concurso, 14 já se exoneraram e 2 se aposentaram. O pior é que estes profissionais não foram repostos por conta da crise dos cofres públicos", salienta.
Hoje o município conta com 120 profissionais dentro de suas escolas, número que, conforme Sklar, é insuficiente diante da grande quantidade de alunos que necessitam de um profissional de apoio, sendo com dificuldades motoras ou dificuldades psíquicas. "Entendemos o limite de teto de gastos com a folha, no entanto, não podemos ficar calados diante da dificuldade de uma classe inteira de profissionais do serviço público. Se continuar assim, no próximo concurso não haverão candidatos, pois qual o pai ou mãe de família consegue sustentar a sua casa com o nosso salário? Qual o profissional aguenta a carga emocional diante de tantos desafios? Precisamos de ajuda, de alguém que também olhe por nós, os pais precisam conhecer como trabalha o profissional que cuida do seu filho", pontua.
O presidente reitera a importância de ter as famílias ao lado destes profissionais. "Cuidamos de crianças que precisam de profissionais 100% dedicados a elas. Essa não é uma tarefa fácil, temos monitores pedindo afastamento por stress, em tratamento com psicológico, entre outros. O monitor tem papel fundamental dentro da escola. O fato é que sem este profissional não há como acontecer a inclusão de qualidade. A associação quer fazer com que essas vozes ecoem dentro do Paço Municipal", frisa.
Imagem: Reprodução.
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