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Jaqueline Machado | Protagonista

Foto do escritor: Da RedaçãoDa Redação

Pouco me encaixo nessa sociedade em que vivemos, onde as mulheres, para serem bem aceitas, precisam ser cordatas e conservadoras.


Isso que nem sou das mais rebeldes. Costumo misturar rebeldia com amor... Sim. Sou uma feminista romântica. Quando amo, não sinto vergonha de me declarar e falar dos meus sentimentos...


Amor verdadeiro é só uma ou duas vezes na vida. E tem que ser vivido. Sou assim, doce e sentimental... Porém, também sou visceral. Senhora do meu destino. Filha de uma natureza selvagem que não se deixa dominar por doutrinas e regras adestradoras do “sagrado feminino”.


Muitos pregam a dor e o sacrifício para a redenção da alma. E eu prego a alegria. Dor, leva à depressão e à soltura de maus espíritos. Já o prazer, desperta a luz das deusas que em mim habitam.


Outros, pregam o fanatismo religioso. Porém eu só creio na espiritualidade da grande mãe, que não faz distinção de pessoas.  


Dizem que é preciso comer educadamente, e eu, feito uma menina desatenta, vivo a me lambuzar comendo manga, chocolate e sorvete. 


Dizem também que mulheres elegantes riem pouco, e baixo. Eu estou sempre a sorrir sem temer as censuras.


Certa vez, uma pessoa parou na rua. Ficou me observando na cadeira de rodas. E disse: - “você não para de sorrir “. Na imaginação dela, eu deveria ser triste.  Pensativa, ela continuou a me olhar.


Como não sorrir?  Eu existo! E não há nada mais belo e extasiante do que existir. Sou uma apaixonada pela existência, por pessoas e pelas artes que falam a linguagem do paraíso. Sou uma sobrevivente das garras do mal, uma alquimista que conseguiu transformar o que é ruim, em algo bom.


Mas a maioria me para na rua pra dizer que gostaria de ter um pouco da minha coragem. E que amam minhas mensagens.


Não me sinto especial por isso, sei que perante a imensidão do universo, eu não sou quase nada. Mas é nesse “quase” que me faço alma, flor e amor. E me permito ser vista.


Parem de se impressionar comigo. Não sou anjo, nem demônio. Apesar de ter “asinhas” sou apenas uma mulher guerreira, delicada e intensa, protagonista da própria história!




Jaqueline Machado

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