Uma grande infestação de morcegos vem preocupando os moradores de Cachoeira do Sul nos últimos dias, especialmente no bairro Rio Branco, onde foi flagrada uma colônia dos animais junto à Igreja Luterana Templo Martim Lutero.
Uma moradora filmou o momento e compartilhou em suas redes sociais gerando muita repercussão e espanto. O fato chegou até a 8ª Coordenadoria Regional de Saúde (8ª CRS) que emitiu uma nota sobre o caso. Confira abaixo:
VEJA O QUE DIZ A 8ª CRS:
Sobre a circulação de morcegos no município de Cachoeira do Sul, em especial diante do registro de revoadas atípicas em período diurno, a 8ª Coordenadoria Regional de Saúde alerta na nota NOTA INFORMATIVA CONJUNTA nº 01/2025/8ªCRS desta quinta-feira:
- Morcegos são animais silvestres de grande importância na natureza, pois são excelentes controladores de insetos e polinizadores, assim como os pássaros e abelhas. Não podem ser mortos ou feridos, conforme previsto na lei de crimes ambientais. O manejo de retirada dos animais de habitações deve ser feito com cautela e seguindo as orientações dos órgãos competentes;
- São animais noturnos e saem em revoada no final da tarde para se alimentar. O período de reprodução é de outubro a fevereiro;
- Todas as espécies de morcegos são potencialmente transmissoras do vírus da RAIVA;
- A transmissão ocorre através da penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura, e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas;
- Caso algum morcego adentre um domicílio, a retirada deve ser realizada com uso de luvas, vassouras ou outro equipamento com proteção que evite o contato direto com o animal. Proteger também as mucosas, como olhos, narinas e boca;
- Procurar uma Unidade de Saúde com Sala de Vacina para ser avaliada a necessidade de profilaxia pós exposição com vacina, imunoglobulina ou soro antirrábicos nas seguintes situações: se tiver contado direto (com ou sem ferimento) com um morcego, lavar o local imediatamente com água e sabão, ou se houver a suspeita de ter dormido no mesmo ambiente fechado que o animal;
- Todo atendimento antirrábico para humanos é ofertado gratuitamente pelo SUS; - Todo contato direto deve ser evitado, principalmente neste momento, onde enfrentamos a escassez nacional de Imunoglobulinas e Soros antirrábicos;
- O mesmo cuidado de evitar o contato direto ou indireto (no mesmo cômodo) vale para animais domésticos (cães e gatos). Importante ressaltar que a vacinação antirrábica para cães e gatos é recomendada rotineiramente, independente da exposição. O serviço é ofertado somente na rede privada;
- Caso seja encontrado algum morcego morto ou moribundo, o espécime pode ser encaminhado, através do setor de Vigilância Ambiental Municipal, para análise de monitoramento de circulação do vírus rábico. Trata-se de coleta amostral por oportunidade e não orientação de captura; - Barreiras físicas que previnam a instalação ou afugentem morcegos em áreas residenciais são a melhor opção, como: manutenção e limpeza de aparelhos condicionadores de ar, sistema escape-morcego e vedação de telhados, readequação de madeirames e telhados, entre outros. No Rio Grande do Sul, esta operação de instalação escape-morcego tem período restrito, no outono e inverno, pois nesta época não há presença de filhotes nos abrigos (telhados);
- A limpeza dos restos fecais de morcegos deve ser realizada mediante o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s) (luvas de borracha, botas, máscaras). Antes de remover as sujidades é importante aspergir uma mistura de água e hipoclorito de sódio (água sanitária) (1parte de hipoclorito/1 parte de água - 1:1) sobre todos restos orgânicos, para evitar a formação de poeira e inalação de fungos (Histoplasma capsulatum, p. ex.);
- O manejo de morcegos em áreas urbanas pode ser realizado por empresas particulares, desde que devidamente cadastradas e licenciadas, e executado por técnicos habilitados e capacitados;
- Quanto às áreas rurais, a orientação para os produtores rurais é de que, ao localizarem novos refúgios de morcegos-vampiros, não tentem capturá-los por conta própria. Deve-se comunicar imediatamente a localização desses espaços à Inspetoria ou ao Escritório de Defesa Agropecuária do seu município;
ASSISTA O VÍDEO:
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