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Danúbia Cremonese | O caso de Elize Matsunaga

Foto do escritor: Da RedaçãoDa Redação

Influenciada, intrigada e até curiosa como toda mulher, com o story de uma amiga que tinha acabado de ler o livro “ELIZE MATSUNAGA: a mulher que esquartejou o marido” decidi me atualizar do assunto e encontrei na Netflix um documentário que conta a história e os depoimentos através de várias versões desse crime que abalou o país em 2012.


Decidi dar a minha própria versão para o bem de todos, homens e mulheres que desejam se relacionar saudavelmente antes que se coloquem em riscos reais como desse caso.


O contexto e vida de Elize será apenas um recorte com viés e análise sistêmica para que todos entendam que se relacionar é coisa de adultos e vai além da sua própria vida, envolve também a do outro.


O documentário comprova já de cara o quanto as feridas emocionais de ambos, assassina e assassinado influenciaram esse triste desfecho.


Ela, Eliza abandonada pelo pai e mãe foi criada pela avó com auxílio de uma tia. Na adolescência sofreu abuso pelo padrasto e fugiu do interior do Paraná em busca de uma vida mais feliz e bem sucedida em SP. Vê na prostituição a alternativa mais fácil para estudar e sobreviver na capital Paulista.


Ele, Marcos um empresário bem sucedido, na época casado porém com vícios sexuais encontra Elize num site de relacionamentos, contrata seus serviços e se apaixona. Eles se casam só que estão longe de ter um final feliz pois a promessa e acordos estabelecidos para atender suas necessidades emocionais não foram atendidas da forma da qual desejavam. Ele somente pelo sexo e exigência da exclusividade dela para atender sua insegurança e possessividade. Ela pelo luxo, viagens, estabilidade financeira para dar a si mesma e sua filha com ele a vida e a família que nunca obteve. Porém, nenhum deles são estáveis e saudáveis emocionalmente para gerar equilíbrio necessário a relação.



Nitidamente as dores emocionais de ambos e nesse caso em ênfase para o feminino ferido dela, adoecido e colapsado motivaram o crime. Não justificado aqui, é claro, mas que a colocaram sim numa condição extrema de desequilíbrio psicológico. Elize nunca se sentiu vista, amada e respeitada, viu seu castelo de areia e sua versão de príncipe encantado desmoronar pela sequência de traições, descaso e desrespeito moral com sua história e da sua família de origem.


As feridas de Elize assassinaram cruelmente Marcos. A dor da injustiça, abandono, rejeição, humilhação, traição foram muito maiores que sua coragem em pedir ajuda à tempo de evitar essa tragédia.


Esse é o caso da Elize mas poderia ser da Joana, Luana, da Paola ou de qualquer mulher que ainda não reconheceu que a infância é um chão que se caminha a vida inteira e quanto antes se curar melhor viverá. O que separa uma mulher de outra, da sábia para a tola é sua determinação e persistência em se olhar, reconhecer que precisa de ajuda para se curar porque somente assim conseguirá caminhar por uma estrada diferente e mais pavimentada para sua própria libertação, e de toda sua linhagem.


O crime ceifou a vida de Marcos e manteve pra sempre a dor leal e sistêmica de Elize. Essa história não é sobre a Elize mas sobre todas as mulheres que ainda carregam pesos que não precisam mais ser seus se puderem ser curados.


Danúbia Cremonese

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