Uma das indústrias gaúchas de processamento de pecan poderá ser a primeira a receber certificação da China para exportar àquele país, após acordo comercial fechado com o Brasil. Visita de representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) à planta da Pecanita ocorreu no dia 1º de novembro, em Cachoeira do Sul (RS).
O diretor da Pecanita, Claiton Wallauer, conta que a empresa, com mais de 50 anos de tradição na pecan, se dispôs a se organizar para o momento da exportação da pecan descascada. “Começamos a nos preparar. A autoridade em agricultura da China pediu ao Mapa algumas informações sobre segurança de trabalho e de produto Conseguimos fazer esta atividade, pois há muito tempo estávamos trabalhando em certificações internacionais, como o Security Quality Food (SQF) para exportação”, explica.
Na auditoria, os representantes do ministério buscaram entender o processo de beneficiamento da pecan feito pela agroindústria de Cachoeira do Sul (RS), bem como conhecer como trabalha com segurança alimentar, rastreabilidade e a aplicação das normas internacionais. “Eles foram fazer a averiguação de toda a documentação, viram a planta funcionando. Acreditamos que algumas adequações vão ser necessárias, de praxe, é comum isso acontecer”, salienta Wallauer.
A estimativa da empresa é que a safra de 2025 já possa ser comercializada para a China. Isto inclui os produtores que trabalham com a Pecanita e poderá atrair outros, conforme Wallauer. “Então, vai ser um trabalho feito em várias mãos. É conseguir falar com os produtores locais e ter volume de oferta de produto para a gente aproveitar essa moeda (dólar) que está favorecendo a exportação”, projetou, estimando uma comercialização de mil toneladas, inicialmente.
O presidente do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), Eduardo Basso, salientou que, neste momento, a Pecanita conseguiu estabelecer todas as certificações exigidas pelo protocolo do governo chinês. “É um marco importante, é um grande mercado e abre possibilidades para toda a indústria nacional de pecan. Para os produtores será com certeza um benefício, pois uma vez que se consegue trabalhar nesse mercado, abrem-se novas oportunidades e certamente melhores preços para todos”, afirmou o dirigente.
Basso disse, ainda, que a política que vem sendo trabalhada ao longo dos anos pelo Instituto é a de abertura de mercados, bem como a de criação de melhores possibilidades para os produtores e para as indústrias.
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