Finalmente chegou ao fim os 4 anos e 9 meses de insegurança para a cachoeirense Tatiane Souza, que se tornou conhecida em 2020/2021 pelo fato de estar perdendo a sua casa em que mora e trabalha como esteticista e massoterapeuta desde 1996, localizada no bairro Marina, zona norte de Cachoeira do Sul.
Após ter perdido a causa em última instância na Justiça no início deste ano, nesta terça-feira, 31 de dezembro, véspera de Ano Novo, a cachoeirense trouxe à tona em um vídeo publicado nas redes sociais a reviravolta do caso, revelando que conseguiu readquirir a casa por financiamento, voltando a a ser dela.
"Hoje eu venho trazer a tão sonhada notícia. Consegui comprar a casa do arrematador e ela volta a ser da Tati. Após 4 anos e 9 meses de esforços, orações, muita ajuda emocional e financeira, hoje podemos dizer que acabou a história, após vários capítulos, foi cansativo, exaustiva e muito desgastante. Foram 18 dias de ordem de despejo, 11 meses com a casa não sendo minha perante à Justiça, várias tentativas de acordo, muita força, coragem e determinação. A realidade de não possuir o que é teu é assustadora, te faz sentir impotente, fraco e te coloca em uma posição de dependência, quando tu não sabe o rumo a tomar. Procurei muitas casas durante esse tempo para comprar e recomeçar, mas não consegui encontrar nada do mesmo tamanho para que eu pudesse morar e trabalhar", conta.
"Durante todo esse tempo descobri muitas coisas. Tem muita gente boa de coração bom, de empatia real, pessoas que tinham necessidade de ajudar, mandavam mensagens sugerindo muitas coisas, aprendi que quem realmente se importa contigo te procura, te quer por perto e sempre vai ter uma palavra, um apoio. Eu tenho muito o que agradecer, muita gratidão pelas pessoas que encontrei nessa caminhada. A minha luta foi justa e limpa e não desejo mal para ninguém", destacou.
FALTA POUCO
Tati ainda tem pendências na Justiça. Ela precisa pagar quatro anos de aluguéis que o arrematador está solicitando. "Estamos tentando negociar, mas ainda tenho essa pendência. Mas estou muito feliz por ter virado essa página, pela chance de poder recomeçar e só tenho muito a agradecer a quem acreditou em mim quando eu mesmo duvidei de mim", explica.
CESTAS BÁSICAS
O valor arrecadado de R$ 7.664,72 de uma vakinha online criada para ajudar Tati no início deste ano, contou com 73 apoiadores e será utilizado para distribuir cestas básicas para ajudar as pessoas que necessitam. "Assim que eu conseguir me organizar eu vou fazer isso mensalmente", enfatiza.
EM JANEIRO
A trabalhadora havia perdido sua casa em última instância, inviabilizando a esperança de recuperar o seu lar de volta. A esteticista desde então estava vivendo um dilema cheio de incertezas, já que uma ordem de despejo compulsória lhe acompanhava. Muitas pessoas se uniram, criaram um grupo no WhatsApp denominado "A Casa é da Tati", realizaram carreatas, orações, tudo com o objetivo de pedir justiça pelo fato.
SAIBA MAIS
O problema começou em 2009, quando Tatiane atrasou os impostos do imóvel (IPTU) por algum tempo devido a motivos de saúde. Ela conta que a Prefeitura não lhe mandou notificações de atraso e acabou leiloando o terreno, já que a casa não era averbada.
Imagem: Divulgação.
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